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Notícias

Comemoração ao Dia Internacional das Mulheres

No último dia oito de março de 2018, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, em nosso câmpus, em um evento com palestras e poema, declamado por uma de nossas alunas.

  • Publicado: Sexta, 16 de Março de 2018, 16h31
  • Última atualização em Quinta, 05 de Abril de 2018, 17h36
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Origem da data

No fim do século XIX e começo do século XX, as condições de trabalho das mulheres eram sofríveis.

Uma indústria têxtil, em Nova Iorque, que empregava cerca de 600 trabalhadores, sendo a maioria constituída por mulheres jovens imigrantes, entre 13 e 23 anos, que trabalhavam 14 horas por dia, em semanas de trabalho de 60 a 72 horas, costurando vestuário, por modestos salários entre os 6 e os 10 dólares por semana, e que entre outros abusos, era comum que o dono da fábrica trancasse as portas e escondesse os relógios para que os funcionários perdessem a noção do tempo e trabalhassem mais.

Em 25 de março de 2011, começa o fogo na indústria, e os trabalhadores correm para o elevador, para as portas, para as janelas e para o terraço, tentando escapar. Entretanto, pelo fato da porta estar trancada, muitos não conseguiram escapar e pularam para morte. Outros morreram asfixiados por conta da fumaça e do fogo. No total morreram 146 pessoas, sendo 21 homens e 125 mulheres.

A comoção foi tanta que no dia 5 de abril daquele ano, 100 mil pessoas reuniram-se debaixo da chuva para acompanharem o funeral coletivo das vítimas.

Sem dúvida, esse incidente ocorrido marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século XX, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.
Desde o final do século XIX, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e dos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres, introduzidos pela Revolução Industrial, levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, muito comum nas fábricas.

Em maio de 1908, cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país, surgindo o Dia Internacional da Mulher.

No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data, com um protesto que reuniu mais de três mil pessoas no centro de Nova York, e que culminou em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.

Com a Primeira Guerra Mundial, eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas, foi em oito de março de 1917, quando, aproximadamente, 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II – último imperador da Rússia, sobre as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra, em um protesto conhecido como "Pão e Paz", que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional, que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

"O dia 8 de março” deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais, ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países.

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século XX, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932. A partir dos anos 1970, emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina, em São Paulo, e, em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

No evento em comemoração ao “Dia Internacional da Mulher” tivemos a presença das doutoras Andreia Maria Pedro e Giane Boselli, que ministraram palestras sobre o tema “Desafios e Resistências”, e as palestras “A carreira em ciência da computação: reflexões sobre uma trajetória de 26 anos”, com a doutora Lúbia Vinhas, e “Participação feminina na força de trabalho e por setor profissional - dados mundiais - relatório da ONU”, com a nossa docente, doutora Diana Damasceno Barreto Valeriano.

A aluna Lucielen Thaís Cordeiro, do curso de licenciatura em Química, presenteou-nos declamando o poema “Alma da Mulher”, de Fátima Ayache – artista plástica premiada por suas exposições no Brasil e na Europa.

 

Alma da Mulher

Nada mais contraditório do que ser mulher...

Mulher que pensa com o coração,

age pela emoção e vence pelo amor.

Que vive milhões de emoções num só dia

e transmite cada uma delas num único olhar.

Que cobra de si a perfeição

 e vive arrumando desculpas

para os erros daqueles a quem ama.

Que hospeda no ventre outras almas,

dá à luz e depois fica cega,

diante da beleza dos filhos que gera.

Que dá as asas, ensina a voar,

mas que não quer ver partir os pássaros,

mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.

Que se enfeita toda e perfuma o leito,

Ainda que seu amor nem perceba mais tais detalhes.

Que como numa mágica transforma

em luz e sorriso as dores que sente na alma,

só para ninguém notar.

E ainda tem que ser forte para dar os ombros

para quem neles precise chorar.

Feliz daquele que por um dia sequer

souber entender a Alma da Mulher!

 

 

 

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