No Mês da Consciência Negra, Programa Autonomia e Renda Petrobras promove qualificação e inclusão racial no IFSP

No Mês da Consciência Negra, o Programa Autonomia e Renda Petrobras celebra conquistas significativas na promoção da inclusão racial e social por meio da formação profissional. Criado para ampliar oportunidades educacionais em regiões de atuação da Petrobras, o Programa tem alcançado resultados expressivos: atualmente, quase 74% dos estudantes matriculados no país se autodeclaram pretos ou pardos, reforçando o compromisso com a redução das desigualdades históricas no acesso à educação e ao trabalho.

Ao todo, são cerca de 2.600 estudantes negros (pretos e pardos) matriculados nos nove Institutos Federais parceiros do Programa. Esses números evidenciam o alcance social da iniciativa, que estimula a diversidade e contribui para a promoção da equidade racial no mundo do trabalho.

Compromisso com a equidade racial e a transformação social

Estudos mostram que as desigualdades educacionais impactam diretamente as trajetórias profissionais de jovens negros e pardos, o que reforça a importância de iniciativas como o Autonomia e Renda Petrobras. Por meio de cursos técnicos e de qualificação profissional, o Programa tem ampliado horizontes e possibilitado novas perspectivas de vida.

No estado de São Paulo, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) conta atualmente com 156 estudantes matriculados no Programa Autonomia e Renda Petrobras, distribuídos entre os cursos de formação inicial e continuada em Auxiliar de Serviços Diversos e Pintor Industrial, além do curso Técnico em Mecânica. Entre os participantes, 55 deles se autodeclararam pretos ou pardos — pessoas que enxergam na educação uma oportunidade concreta de conquistar melhores condições profissionais e de vida. 

Uma dessas estudantes é Letícia Silva Eduardo, aluna do curso técnico em Mecânica do Campus São José dos Campos. Com ampla experiência e formações anteriores em recursos humanos, vigilância e portaria, Letícia relata ter enfrentado episódios de racismo  no mercado de trabalho. Em uma seleção, foi excluída do processo sob a justificativa de “não estar dentro dos padrões”, apesar do bom desempenho nas provas. Em outra ocasião, foi direcionada para uma vaga de limpeza, enquanto a amiga, sem curso na área, foi escolhida para portaria. “Hoje entendo que não foi por falta de qualificação, mas por racismo. Ainda assim, sigo acreditando que posso mudar essa realidade. Eu acredito muito no Programa. Trabalho como cuidadora de idosos nos fins de semana para conseguir estudar durante a semana. É cansativo, mas vale a pena, porque acredito que a educação pode transformar a minha vida”, afirma.

Letícia decidiu abrir mão de uma vaga de emprego para se dedicar integralmente ao curso, vendo no Programa uma oportunidade de recomeço. “Eu escolhi acreditar. O curso é exigente, mas mostra que somos capazes. O Autonomia e Renda me deu esperança e força para seguir acreditando no meu potencial”, conclui.

Esperança e futuro

O Programa Autonomia e Renda Petrobras é uma iniciativa da Petrobras em parceria com os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), a Fundação de Apoio ao IFSul (FaifSul) e a Firjan/Senai/Sesi. Seu principal objetivo é qualificar pessoas que residem nas áreas de atuação das operações da Petrobras, oferecendo cursos gratuitos, com bolsas-auxílio. Na seleção de estudantes, têm prioridade pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, em especial pertencentes a grupos minorizados. 

Ao término dos cursos, os participantes saem mais preparados para atuar em setores com alta demanda por profissionais qualificados, como o industrial. O Programa reafirma, assim, seu compromisso com a diversidade, justiça racial, a valorização da educação pública e o fortalecimento da cidadania — contribuindo para que mais brasileiros e brasileiras conquistem autonomia, renda e perspectivas de um futuro melhor.